A Relação Paciente-Paciente frente ao diagnóstico e à cura do Câncer

Receber o diagnóstico do câncer mesmo com todos os avanços científicos atuais ainda é uma notícia que tira o chão da maioria das pessoas. Dependendo das crenças, do grau de informação sobre a doença e da estrutura emocional do paciente, a forma com que ele irá lidar com a nova realidade e suas mudanças decorrentes irão facilitar ou dificultar o processo. Sem dúvidas, em 98% dos casos, o medo está presente. Medo de morrer, da cirurgia, das quimioterapias, dos efeitos colaterais, de ficar careca, de deixar os filhos.

É muito importante que haja um apoio emocional desde o início e que esse paciente se sinta acolhido em sua rede social. Hoje diversos estudos apontam para a importância do estado emocional equilibrado e positivo do paciente para seu prognóstico. Um estudo feito pelo Instituto Nacional do Câncer no Japão durante 11 anos com 57 mil pessoas entre 50 e 79 anos apontou que pacientes otimistas tiveram 15% menos mortes relacionadas a câncer e AVC. Outro estudo recente realizado no Instituto Kaiser na Califórnia apontou que mulheres solitárias possuem 43% mais chances de recidiva do câncer e 64% mais chances de morrerem da doença.

O apoio afetivo da família e do cônjugue é sempre fundamental para a recuperação do paciente e o apoio de um psicólogo que possa ajudar a lidar com as mudanças decorrentes do tratamento como perda do cabelo ou órgãos do corpo, afastamento do trabalho, falta de libido, dentre outros pode ser também decisivo para a adesão ao tratamento e muitas vezes vontade de viver do paciente.

Infelizmente grande parte dos pacientes não consegue acesso ao apoio profissional e relata decepção pelo afastamento de familiares e amigos. Orientamos que isso é devido à falta de preparo que a maioria da população ainda possui para relacionar-se com alguém com câncer. Não sabendo o que fazer, amigos afastam-se ou falam grandes abobrinhas. Por isso o câncer é frequentemente chamado de doença solitária pelos pacientes.

Por esses e outros motivos, a relação paciente-paciente é insubstituível e receber o apoio de quem passou pelo mesmo e superou possui grandes efeitos benéficos para a esperança, resiliência, adesão ao tratamento e qualidade de vida do paciente. Entre eles não há julgamento, há a compreensão de quem viveu na pele as mesmas experiências e pode dizer: “Calma, eu sei o que você está passando, vai ficar tudo bem, você também vai conseguir!”

Por isso no Portal SuperAção quem acabou de receber o diagnóstico (SuperaDor) pode receber o apoio emocional de quem passou pelo mesmo tipo de câncer e tratamento (Anjo), com a supervisão de um profissional que ajuda a promover segurança para essa relação (Arcanjo). O projeto impacta mais de 100 vidas por ano, já atendeu pacientes em 18 estados do Brasil, EUA, Itália, França, Suécia, Portugal e Austrália, tendo sido essencial para o tratamento de centenas de pacientes. Hoje a plataforma recebe inscrições quase todos os dias e é preciso entrar na fila de espera devido à grande procura, mas ainda esse ano esperam lançar seu aplicativo através do qual a rede poderá abraçar cerca de 10 a 50 mil pessoas, acolhendo a todos. É possível ajudar o projeto e saber mais informações através do site: www.portalsuperacao.org.br

 

Autora

Gabriela Besser

Gabriela Besser

Coach e Terapeuta Energética. Fundadora do Portal SuperAção, instituição que leva apoio emocional e saúde complementar para pacientes com câncer em todo Brasil, pela tecnologia.

Deixe um comentário