O transtorno do espectro autista (TEA) é considerado atualmente o transtorno do neurodesenvolvimento que tem a maior taxa de prevalência entre os transtornos da infância e com características que alteram a qualidade de habilidades relacionadas à comunicação social, ao comportamento e ao funcionamento adaptativo. Outra característica importante do TEA é a precocidade no surgimento dos sintomas. Na grande maioria dos casos, esses sintomas podem ser observados quando a criança está entre o primeiro e segundo ano de vida.
Por se tratar de um transtorno que afeta o modo de relacionamento entre as pessoas e o meio ambiente, e que perdura por toda a vida, devemos sempre intervir para que os prejuízos sejam os menores possíveis. Assim, familiares, amigos, profissionais de saúde e da educação, entre outros, devem estar bem informados sobre o TEA, conhecer as características individuais de cada pessoa com TEA e ajudar com os apoios necessários. Sempre devemos ressaltar que cada pessoa, independentemente de ter esse transtorno, tem suas características individuais, suas potencialidades e suas dificuldades, além de características herdadas de seus familiares.
Com intuito de promover uma sociedade inclusiva, na qual a mudança deve ocorrer no meio ambiente que cerca as pessoas com TEA, bem como nas atitudes que devemos ter com cada uma delas, a obra ‘Como lidar com o autismo’ da coleção ‘Guia Prático’, tem a finalidade de ajudar não só contribuindo para o melhor prognóstico das pessoas com TEA e suas famílias, mas também tem o intuito de promover a sociedade inclusiva que tanto almejamos. A importância desta obra reside exatamente no fato de partir do estudo de propostas científicas construídas em outros países e considerar a sua utilização em um centro de atendimento pioneiro na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo. A autora nos indica um caminho eficiente para tratarmos crianças, jovens e adultos com TEA dentro de nossa realidade socioeconômica. A autora organiza, de forma muito esclarecedora, os fundamentos teóricos e práticos que podem ser replicados em outras unidades do serviço público, de forma a promover a coerência nas propostas de atendimento.
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Autora:
Rosane Lowenthal
Professora assistente do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Atualmente é assessora técnica da Unidade de Referência em Autismo do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (Caism) da Vila Mariana. Mestra e doutora em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-doutora em Psiquiatria e Psicologia Médica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Gerente da Unidade de Referência em Autismo do Caism – Vila Mariana, gestão Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo de 2013 a 2018. Pesquisadora da área de Psiquiatria na Infância e Adolescência com foco em transtorno do espectro autista, deficiência intelectual e estigma, entre outros.
Editora Hogrefe CETEPP 